Meditação Liturgica 3ª Semana do Advento Ano A


3º DOMINGO DO ADVENTO ANO A !
Autor John Nascimento
(12 de Dezembro de 2010)
És tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro ?

A Liturgia da Palavra deste 3º Domingo do Advento – A, é um anúncio de Esperança : Alegrai-vos, a libertação está próxima.
A alegria cristã não está dependente do capricho dos nossos estados de alma, ou da maneira como corre a nossa vida.
O Cristão, mesmo no meio das contrariedades e durezas da existência, mantém-se alegre, porque a sua alegria se enraíza na fidelidade de Deus, manifesta em Jesus Cristo.
E, descobrir Jesus Cristo na fé, fazendo com que os outros O conheçam, é a única «boa notícia» que dá a alegria verdadeira.
A 1ª leitura do livro do profeta Isaías, diz que, em termos que lembram a marcha para a Terra Prometida, do regresso dos cativos de Jerusalém, a alegria da restauração de Judá, é a manifestação e realização da História da Salvação.
O regresso a Jerusalém, símbolo da salvação, traz em si a renovação da natureza e a transformação do homem.
- “Dizei aos corações perturbados : «Tende coragem. Não vos assusteis. Aí está o vosso Deus ! É a Sua vinda justiceira, é Deus que vem retribuir. Ele próprio vem salvar-vos».(1ª Leitura).
Nos tempos messiânicos, Jesus, libertando os homens da opressão do pecado, da dor, da morte e da inquietação, manifestar-nos-á que chegou a salvação e o resgate total e redentor dos homens.
Assim o pede e proclama o Salmo Responsorial :
- “Vinde, Senhor, salvai-nos”.
Na 2ª Leitura, S. Tiago diz-nos que a paciência não é uma resignação passiva.
É a expectativa do agricultor entre a sementeira e a colheita; é a coragem dos mártires; é a sabedoria de Job.
- “Esperai com paciência a vinda do Senhor. Vede como o agricultor aguarda pacientemente o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e últimas chuvas”.(2ª Leitura).
Neste tempo que vai até à Sua Vinda Gloriosa, Cristo continua a agir no mundo.
Por isso, os cristãos «devem avançar na santidade com entusiasmo e alegria, esforçando-se por superar as dificuldades com prudência e paciência»(AA 4).
O Evangelho é de S. Mateus e diz-nos que João não tem dúvida alguma de que Jesus seja o Enviado de Deus, Aquele que todos os profetas e ele próprio anunciaram.
No entanto, sentia-se um pouco inquieto, por ver que o Messianismo de Jesus não se manifestava em poder, terreno de juízo ou vingança.
- “João Baptista ouviu falar, na prisão, das obras de Cristo e mandou-Lhe dizer pelos seus discípulos : «És tu Aquele que está para vir, ou devemos esperar outro?». (Evangelho).
Jesus, dando um belo testemunho de João, precisa a natureza dos tempos messiânicos – tempos de perdão e graça, de misericórdia e redenção, inaugurados pelos milagres do Senhor.
E quando, como aconteceu com João Baptista, há um momento de desânimo, de obscuridade e de dúvida, a evocação da Palavra de Deus e dos sinais que acompanham a suja presença eficaz, basta para restituir a confiança.
O processo de libertação das ecravidões e condicionamentos interiores e exteriores do homem, ameaça fazer-nos perder de vista a última esperança, de tal modo é urgente o dever de revolucionar as estruturas desumanizantes, de consciencializar os homens e de lhes restituir a dignidade e a autonomia de pessoas.
Por outro lado, com muita frequência a indolência e o egoísmo de alguns cristãos obscurecem e debilitam o anúncio da libertação de Jesus, cujos sinais estão, hoje, na sua dedicação aos pobres, aos marginalizados, às minorias; na defesa dos direitos da consciência, no partilhar realmente e até ao fim da sorte dos que não têm esperança.
Deus quer a felicidade dos homens, o seu bom êxito.
Os cristãos devem saber que a Boa Nova da salvação é uma mensagem de alegria e de libertação.
Os cristãos dispõem de muitos modos para comunicar a alegria que os anima, embora estejam expostos às contradições e a serem julgados absurdos por alguns; trata-se de uma alegria extraordinariamente realista e que exprime a certeza de que, apesar das dificuldades e aparentes contradições, o futuro da humanidade está a ser construído; certeza essa baseada na vitória de Cristo.
As alegrias mais espontâneas no homem são as provenientes das seguranças da vida quotidiana, recebidas como bênçãos de Deus : as alegrias da vindima e da colheita, as do trabalho bem feito ou do merecido repouso, a de uma refeição fraterna, a de uma família unida, a do amor, de um nascimento; tanto as alegrias ruidosas das festas como as alegrias íntimas do coração.
Mas existe uma alegria ainda mais profunda : a daqueles que se fazem pobres diante de Deus e tudo esperam dele e da fidelidade à sua lei.
Nada pode, então, diminuir essa alegria, nem mesmo a provação.
A alegria de Deus é força.
A Alegria da Igreja (do cristão) na sua condição terrestre é a alegria própria do tempo da construção.
A celebração eucarística, em torno das duas mesas, a da Palavra e a do Pão, constituem um dos terrenos privilegiados em que se deve comunicar e experimentar, de certo modo, a verdadeira alegria que Jesus Cristo nos veio trazer.
É que Jesus veio como Messias para dar cumprimento ao plano da História da Salvação. ................
Diz o Catecismo da Igreja Católica :
719. – João é «mais do que um profeta»(Lc.7,26). Nele, o Espírito Santo consuma o «falar dos profetas». João termina o ciclo dos profetas inaugurado por Elias. Anuncia iminente a consolação de Israel; ele é a «voz» do Consolador que vai chegar(Jo.1,23). Tal como o fará o Espírito de verdade, «ele vem como testemunha, para dar testemunho da luz»(Jo.1,7). A respeito de João, o Espírito cumpre assim as «indagações dos profetas» e o «desejo» dos anjos(1 Pe.1,10-12) : «Aquele sobre Quem vires o Espírito Santo descer e repousar, é que baptiza no Espírito Santo. Ora, eu vi e dou testemunho que Ele é o Filho de Deus(...)Eis o Cordeiro de Deus». (Jo.1,33-36).

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