Meditação Litúrgica 05º Domingo do Tempo Comum Ano A - 06-Fev-2011

Pelo Baptismo tornamo-nos a «Luz do Mundo»

Autor: John Nascimento
Lista Exsurge Domini

A Liturgia da Paslavra deste 5º Domingo Comum – A, diz-nos claramente que os Cristãos devem ser a Luz do Mundo.
Os cristãos, como «filhos da luz», são chamados a ser, no meio dos homens, «luz do mundo» e «sal da terra».
Inseridos, pelo seu Baptismo, no Corpo Místico de Cristo, ficam, com efeito, a participar da Sua mesma missão.
«Tornados participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo»(LG 31), em virtude dos dons que lhes foram conferidos, os cristãos ficam habilitados a ser testemunhas da Ressurreição de Cristo e instrumentos de toda a acção salvífica da Igreja.
Corresponsáveis da obra comum, devem, pois, trabalhar generosamente, na construção da Igreja no mundo e na inspiração cristã da ordem temporal.
Para serem «luz do mundo», para serem fiéis ao seu compromisso, torna-se necessário que os cristãos se deixem penetrar da luminosidade de Cristo e impregnar do Seu espírito.
A 1ª Leitura, do Livro do profeta Isaías, diz-nos que, para se agradar a Deus não basta cumprir certas práticas religiosas externas, por rotina.
A religião verdadeira, com efeito, é aquela que nos empenha em ajudar o oprimido e o necessitado a realizar-se como pessoa humana, numa vida digna de um filho de Deus.
- «Reparte o teu pão com o faminto, dá pousada aos pobres sem abrigo, leva roupa a quem viste andar despido e não voltes as costas ao teu semelhante. Então, a tua luz despontará como a aurora, e as tuas chagas não tardarão a sarar». (1ª Leitura).
Só aquele que trabalha na construção duma comunidade fraterna, vive a religião válida diante de Deus, a que salva o homem, o diviniza e transfere da morte para a vida e lhe dá acesso à glória.
Só essa será luz de Deus no mundo, como proclama hoje o Salmo Responsorial :
- “Para o homem recto nascerá uma luz no meio das trevas”.
Na 2ª Leitura, S. Paulo diz aos Coríntios, e hoje também a todos os que foram baptizados, que a Mensagem da salvação não tira a sua força dos elementos humanos, como os recursos das ciências e das letras, ou os artifícios da propaganda.
Todo o seu poder, toda a sua eficácia lhe vem do seu conteúdo que é o Mistério Pascal.
- “A minha palavra e a minha pregação não se baseiam na linguagem convincente da sabedoria, mas numa poderosa manifestação do Espírito Santo”. (2ª Leitura).
S. Paulo não envolve a Mensagem em oratória persuasiva ou em conceitos sábios, pois não duvida de que só na cruz de Cristo se encontra o único remédio de salvação, querido por Deus.
O Evangelho é de S. Mateus, que nos diz também que o cristão inserido, pelo Baptismo, em Cristo, «luz do mundo», recebeu a vocação de irradiar a luz da fé entre os homens, seus irmãos.
Depois de dizer aos Seus discípulos que deviam ser como o sal da terra e a luz do mundo, termina assim :
- “Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus”. (Evangelho).
Para ser testemunha de Cristo Ressuscitado, o cristão deve tornar-se transparente à Sua acção; tem de se deixar penetrar pela Sua luminosidade e animar pelo Seu Espírito.
Ao povo hebreu, preocupado com a prática exterior e irrepreensível do culto, aterefado em reconstruir o templo que havia sido destruído, Deus lembra que, mais do que o esplendor do culto, o que lhe agrada é que acolham os desabrigados e repartam o pão com os famintos...
- “Então a tua luz romperá como a aurora”.
Não basta rezar e jejuar; a oração e o jejum devem ser acompanhados da acção “para fazer brilhar a luz nas trevas”.
A abstinência do alimento vale pouco se não for para nutrir o faminto.
Como pode o discípulo, concretamente, tornar-se “sal da terra e luz do mundo”, está escrito no Eavngelho que termina assim:
- “Vejam as vossas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus”.
Não são as palavras que dão testemunho da vinda do Reino de Deus, mas a prática da vida, o comprometer-se em tarefas construtivas.
O discípulo deve misturar-se, penetrar profundamente no mundo para lhe dar um sabor novo, o fermento da salvação trazida e deixada por Cristo.
A vela que se entrega na cerimónia do Baptismo é acesa no Círio Pascal que representa Cristo Ressuscitado, para significar que o “baptizado” é o “iluminado” que se insere na morte-ressurreição de Cristo.
Viver a fé é o compromisso que o espera: o Espírito “move-o, arrasata-o”; as “obras da luz” são obras do Espírito através da fragilidade do homem; não há lugar para presunção, vanglória ou soberba.
Só aquele que viver verdadeiramente, segundo o Espírito de Cristo, poderá desenvolver na nossa sociedade, voltada só para a técnica e o progresso material, o sentido cristão da vida, pelo qual se dá cumprimento ao plano da História da Salvação.
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Diz o Catecismo da Igreja Católica :
2105. – O dever de prestar a Deus um culto autêntico impende sobre o homem individualmente e socialmente. Esta é «a doutrina católica tradicional sobre o dever moral que os homens e as sociedades têm para com a verdadeira religião e a única Igreja de Cristo»(DH 1). Ao evangelizar incessantemente os homens, a Igreja faz o possível para que eles possam «impregnar de espírito cristão as mentalidades e os costumes, as leis e estruturas da comunidade em que vivem»(AA 13). É dever social dos cristãos respeitar e despertar em cada homem o amor da verdade e do bem. Esse dever exige que tornem conhecido o culto da única verdadeira religião, que subsiste na Igreja Católica e Apostólica. Os cristãos são chamados a ser a luz do mundo. A Igreja manifesta assim a realeza de Cristo sobre toda a Criação, e em particular sobre as sociedades humanas.

Receber a luz de Cristo
Para ser a «Luz do mundo» !

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